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segunda-feira, 30 de maio de 2011

MODA, PRODUTOS E SERVIÇOS ALTERNATIVOS: VIOLÕES DE LUTHIERIA

O violão é um instrumento que incorpora e combina a todos os ritmos, tribos, culturas, raças, etnias, crenças e faixas etárias.



Suas formas compostas de retas e curvas, fios, metais, sobretudo a madeira, que tornam-se a extensão de quem o toca, recostado ao peito, pressionando e dedilhando suas cordas que a princípio causam dor mas expressa a dedicação, sacrifício e entrega ao instrumento.


Em meio ao cotidiano que se vive, onde a música é um fator muito influente para agregar, reunir, motivar e ajudar a estabelecer relações entre as pessoas, dos mais variados níveis, o violão é um instrumento, de fácil aquisição. Esse objeto de origem não definida carrega em sua história uma cultura sem igual. Adaptou-se a diversas culturas sem perder suas características. É um instrumento de cordas que não escolhe idade ou classe social para ser tocado.


A moda como serviço deve ser vista como algo que proporciona inúmeros diálogos com os demais produtos existentes na sociedade. Ela é capaz de se apropriar da essência e da estética de outros objeto. 
Entre eles, os instrumentos musicais. O violão em particular oferece à moda um diálogo estético e também um diálogo intangível, através da música que soa de suas cordas. Pertencente a inúmeros ritmos, culturas, e faixas etárias, sendo um instrumento democrático e agregador, explica por si só a escolha deste objeto como estudo e inspiração.



Abordando a sua produção artesanal: a Luthieria e sua evolução. O processo de produção do instrumento é tão trabalhado como uma peça de moda, os detalhes presentes em um violão assim, como em uma peça de roupa podem fazer toda diferença. Há um conceito e um cuidado excessivo para que todas as peças e encaixes estejam em harmonia, caso contrario o som produzido não será de qualidade. A Luthieria também possibilita a criação de violões personalizados criando um vínculo entre o objeto e seu dono.





Com essa perspectiva criou-se uma relação entre a Moda e esse produto chamado Violão, ambos nos apresentam inúmeras possibilidades de criação, expressão e com o desenvolvimento desse estudo apresenta-se abaixo uma mini-coleção de moda, que agregue as possibilidades e articulações desses dois temas.



C A T Á L O G O   V I R T U A L






 






** Modelo: Ana Cristina Novaes

CONFIRA AQUI TAMBÉM A PERFORMANCE :
ou acesse também:
http://youtu.be/lqZHV7pxU1w

 Marginalizado, mas popular, invadiu espaços inimagináveis, embalou as rádios na década de 1920, o eixo Rio - São Paulo com seus “chorões”, conquistou o mundo com o balanço da Bossa Nova, podendo-se dizer que o violão é um estrangeiro com nacionalidade brasileira.




Em meio ao cotidiano que se vive, onde a música é um fator muito influente para agregar, reunir, motivar e ajudar a estabelecer relações entre as pessoas, dos mais variados níveis, o violão é um instrumento, de fácil aquisição. Esse objeto de origem não definida carrega em sua história uma cultura sem igual. Adaptou-se a diversas culturas sem perder suas características. É um instrumento de cordas que não escolhe idade ou classe social para ser tocado.










LUTHIEIRIA: CONSTRUÇÃO DO VIOLÃO
Luteria, ou liuteria, termo de origem italiana, ou Luthieria ou luthier do francês, denominava o instrumento alaúde (liuto), e liutaio quem faz alaúdes, hoje refere-se ao profissional que restaura e constrói instrumentos musicais de corda de modo artesanal.

Os instrumentos feitos por um luthier têm por excelência um trabalho dedicado aos detalhes, formando o diferencial de cada produto adequado às necessidades do instrumentista por ser um trabalho personalizado.

Os violões de luthieria são tradicionalmente acústicos - embora também sejam construídos elétricos ou eletro-acústico - e a amplificação de seu som é feita naturalmente pela sua caixa de ressonância (o corpo). O tamanho da caixa de ressonância define a acústica do instrumento e determina o espaço de reverberação, logo, caixas maiores e laterais largas possuem o som mais grave e caixas menores com laterais estreitas som mais agudo. A espessura da madeira utilizada determina o sustain (sustentação das notas) além de enfatizar os graves, quanto mais fina maior o sustain e os graves, e mais grossa o som é mais aberto e menor sustain, sendo que tudo isso dentro de um limite aceitável de espessura.

Segundo José Vasconcelos, em seu livro Acústica Musical e Organologia, cada parte do violão exige um tipo de madeira diferente. No tampo são utilizadas madeiras mais claras e com baixo peso especifico como o abeto europeu, spruce e cedro, com uma espessura uniforme de 2,5 mm.. Nas laterais e fundo, madeiras mais escuras e densas, como o jacarandá-da-bahia e o mogno, a roseira ou maple (produção industrial), com uma espessura também de 2,5 mm e nas escalas além de escuras e densas, é necessário que sejam resistente suportar a tensão das cordas, como ébano africano.

Internamente, estas duas tampas possuem diversas travessas de madeira coladas, formando diversos desenhos. Estas travessas de madeira servem para fortificar as tampas, que de outro modo se danificariam facilmente, dada sua grande dimensão e pequena espessura.

As propriedades acústicas do instrumento são certamente ditadas pela geometria destas travessas internas, pois elas estabelecem regiões nodais sobre as tampas do instrumento. A tampa superior, acusticamente é muito mais importante do que a tampa inferior, pois é ela quem recebe diretamente o som das cordas através do cavalete.

Essas madeiras são tradicionais na construção do violão a séculos, mas atualmente é controlada a aquisição desse material pelo governo federal, por ser considerado crime ambiental a venda indevida, já que os melhores violões são produzidos com madeiras de aproximadamente 800 anos.

Além das madeiras nobres usadas na fabricação do violão, um detalhe que enriquece ainda mais o instrumento são as rosetas, decoração ao redor da boca do violão, que podem ser encontradas com a técnica de marchetaria - é o trabalho em madeira que consiste em incrustar, embutir ou aplicar peças recortadas de madeira, marfim, metal e de outros materiais de diversas cores sobre peça de marcenaria, formando desenhos variados com geométricos e orgânicos. Nos violões renascentistas, barroco, vihuelas e alaúdes, as rosetas eram talhadas no próprio tampo.

As tarrachas possuem extrema importância para afinação do instrumento. A marca mais reconhecia mundialmente é a Graf, que oferecem produtos que valorizam o instrumento além da funcionalidade impar. Feitas em prata; banhadas a ouro, prata ou platina; com botões em madrepérola, ébanos; com desenho esculpido a mão com modelos variados, como estilo rococó, ou personalizado pelo cliente, agregam mais valor ao instrumento, como se fosse uma jóia.

Mais que um simples objeto feito de madeira e metais, que ganha formas nas mãos de um Luthier com seu trabalho minucioso, e porque não, ritualista, o Violão, possui um simbolismo que transcende sua fabricação, sendo um produto que promove a interação, seja de quem o toca como das pessoas que apreciam, acariciando os sentidos com seus derivados: a Música.

Esse instrumento tão flexível e popular que um dia foi considerado coisa de vagabundo, hoje carrega consigo o grande poder de adequar-se a qualquer ambiente ou estilo.

Inspiração para tantas canções, companheiro fiel das alegrias e tristezas, o violão torna-se a extensão de seu dono, que modifica seu corpo, e como nenhum outro instrumento estabelece um contato direto, sendo determinante na execução de seu som.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


___________. NBR 14724/2002. Diretrizes e normas para apresentação de trabalhos acadêmicos, dissertações e teses. São Paulo: Anhembi Morumbi, 2005

BENNETT Roy. Uma breve história da música.[?]ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1986.

CHAMPIGNEULLE, Bernard. História da Música. 2 ed. São Paulo:, 1961.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Aurélio século XXI: O dicionário da língua portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.

TAUBKIN, Miriam. Violões do Brasil. 2 ed. São Paulo: SENAC, 2007. Acompanhado de DVD.

TELES, Ricardo Faustino. Avaliação de madeiras amazônicas para utilização em instrumentos musicais. 2004. Relatório Final de Projeto PIBIC ( Graduação em Engenharia Florestal). Universidade de Brasília: DF, 2004.

VASCONCELOS, José. Acústica Musical e Organologia.[?]ed. Porto Alegre: Movimento, 2002.

WILLIANS, Jim. A guitar maker manual. 3 ed. Austrália: Guitar craft, 1990


REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS

ABRAHÃO, Christovão, FINAMORE, Luiz. Violão 7 Cordas, Minas Gerais. 12 set. 2008. Disponível em: Acesso: 12 set. 2008
HEINZL, Alberto. Uma breve história do violão,. São Paulo. 11 set. 2008. Disponível em:Acesso: 11 set. 2008
LAZARO, Roberto. História do Violão. 11 set. 2008. Disponível em:
Acesso: 11 set. 2008

Música Erudita – Géneros. Movimentos cidadãos por góis cultura. 11 set. 2008
Disponível em:Acesso: 11 set. 2008

O que é Marchetaria. Marchetaria, Minas Gerais. 20 set. 2008. Disponível em:
. Acesso: 20 set. 2008

ROSCHEL, Renato. Música Popular do Brasil. Banco de dados da Folha, São Paulo. 12 set. 2008. Disponível em:
Disponível em : Acesso: 12 set. 2008
ROSCHEL, Renato. Música Popular do Brasil. Banco de dados da Folha, São Paulo. 12 set. 2008. Disponível em: Acesso: 12 set. 2008

CRÉDITOS

DAYANA SILVA VIEIRA
LILIAN MARIA RIBEIRO MARQUES
MARIA CECÍLIA AMARAL
VIVIANE FERREIRA



Realização São Paulo , 2008

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