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Sejam bem vindos a este portal.

Aqui estarei postando meus trabalhos, e projetos desenvolvidos ao longo de minha formaçao.


FIGURINO


FIGURINOS DE UM BRINDE A AMÉRICA

COMPONDO OS FIGURINOS PARA UM BRINDE A AMÉRICA
Que esteve em cartaz no Teatro Nair Belo em 02, 03 e 04 de dezembro de 2012.


"O espetáculo com o nome de Um Brinde à América, é uma homenagem aos autores americanos Arthur MiIller, Eugene O'Neil eTennesse Williams, com textos da década de 1940, os textos A Morte do caixeiro viajante (1949), Um Bonde Chamado Desejo (1947) e Longa Jornada Noite Adentro (1941) foram entrelaçados contando com um jovem que faz improvisações como sapateado e anima a platéia - um talento que se destaca..."



Mais um desafio que se realizou em pouco mais de um mês de pesquisa, criação e muito trabalho...

                                      






IMAGENS DE INSPIRAÇÃO






CROQUIS:















FOTOS:
























FIGURINOS DE SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO




OS FIGURINOS ....


                                          










FOTOS DA PEÇA:

 
 

 
 

 
 








         Eu e as "fadinhas" ...
 




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FIGURINO DE: 
DOM QUIXOTE,UM SONHADOR ARRETADO !
NOVEMBRO /2011  À  AGOSTO/2012

O PROJETO

Pesquisando temas para trabalhar meu Trabalho de Conclusão de Curso em pós graduação em cenografia e figurino, me lembrei de uma OBRA clássica e universal, Dom Quixote De la Mancha, uma leitura desafiadora, mas que me despertou curiosidade e fascinação, por apresentar tanta relevância ainda nos dias de hoje. Desta forma, senti grande desejo em desenvolver um projeto de construção de figurino para uma peça inspirada nesta obra. Assim nasceu o projeto FIO A FIO... desde novembro de 2011, procurei fazer parcerias para sua realização. Com apoio da Equipe Teatral Abapuru, que trabalhou a encenação da peça Dom Quixote, um Sonhador Arretado, texto de Renato Mendes e a parceria do colega de classe Bruno Ramos, que fez o projeto iluminotécnico-cenográfico da peça, apresentamos em junho e julho deste ano o espetáculo: Dom Quixote, Um Sonhador Arretado!

A INSPIRAÇÃO

Esta imagem inserida logo abaixo, foi  minha primeira inspiração visual para concepção deste projeto. 
Inicialmente ela pode parecer apenas a ilustração do  rosto de Dom Quixote. Mas olhando-a mais atentamente, o que parece ser uma cabeça, com cabelos espetados, são cenários que revelam um moinho de vento. Vemos dois grandes olhos, que na verdade mostram a figura de Dom Quixote e seu fiel escudeiro Sancho Pança, montados em um cavalo. Assim, esta imagem nos mostra que com um olhar mais profundo, pode se enxergar, além do que se vê. Isto se reflete na obra de Dom Quixote, e foi o que busquei colocar na concepção dos figurinos desta peça.

De forma que o público ao ver o figurino no personagem é induzido a pensar, para descobrir como ele foi feito, e como ele vai ajudar a revelar a identidade do personagem. Para causar esta reflexão no olhar de quem vê, utilizei na construção destes figurinos desde materiais recicláveis até os tradicionais.



Trabalhando o reciclado, este projeto também possibilita levar para a sociedade uma essência de “transformação”. Onde, partindo de materiais teoricamente descartáveis, é possível construir um rico figurino, dotado de significados, beleza e expressão.
O mundo de Dom Quixote, um Sonhador Arretado, é revelado a partir de um sonho de uma menina, que estava lendo o livro e ao dormir, acaba sonhando com a história de Dom Quixote, misturando referencias de sua vida com a da obra, a história se transforma, e se passa em um cenário atemporal. Assim todo figurino é concebido a partir deste sonho.



ANÁLISE DO PROCESSO DE CRIAÇÃO E CONSTRUÇÃO DO FIGURINO

Segue abaixo uma análise dos figurinos mais relevantes da peça, trabalhados com materiais reciclados, orgânico e técnicas artesanais.

DOM QUIXOTE

Analisando primeiramente o figurino de Dom Quixote, Por ser fruto de um sonho, seu figurino é composto por referências da menina que esta sonhando, de coisas que ela vê e vive no seu cotidiano, desde a literatura, desenho animado, filmes, novelas, quadrinhos, família, amigos, escola... Enfim, tudo se mistura para dar vida a esta composição, inspirada no vestuário masculino do século XVI e ao mesmo tempo influenciada por diversas armaduras de cavaleiros distintos e até mesmo samurais.



Desta forma, para o figurino de Dom Quixote, foi pensada a construção de uma armadura, com uma base preta por baixo, proteção na perna, escudo e tudo que pudesse revelar sua identidade.

Inicialmente ele surge na história, como se fosse um boneco que sai de dentro de um baú, e vai ganhando vida. Vestido apenas com uma segunda pele preta, com babados branco nos punhos e gola. Calça uma botina e uma proteção na perna, que já fazem referência a uma armadura. Conforme o texto, o personagem vai se construindo na frente do público, vestindo sua armadura, pegando seu escudo e armas, se transformando.O seu figurino é construído a partir de materiais reciclados, valorizando e destacando mais o personagem, pois ele é o protagonista da história.
Sua armadura é construída com embalagem tetra park, o que a princípio engana o público, lembrando metal, assim como o personagem que engana os outros e a si mesmo, se achando um “cavaleiro andante”. 
A cor ouro-velho nos detalhes e nas tiras de tecido vem em referência à idade do personagem, que apesar de ser apresentado como um herói, já é um homem experiente, de certa idade e ao mesmo tempo nobre, por isso o tom dourado.
 
 O processo de elaboração de seu figurino durou aproximadamente dois meses, e foi dividido em etapas, desde a montagem e coleta de materiais a testes de cena com o ator. A embalagem tetra Park foi escolhida, por ser um material que apresenta certa resistência, e que já traz a coloração prata, assim como o lacre de latinha, que foi utilizado para unir as partes da armadura, criando uma certa “articulação“ e favorecendo o movimento do ator.  As tiras no peitoral da armadura conferem um acabamento de aspecto rústico, ao mesmo tempo, a armadura é adornada por uma passamanaria ponto curva cheia de detalhes, rebuscada assim como Dom Quixote.

Seu escudo é formado por uma grande sintonia de embalagens, tais como a bandeja de bolo na base de sua estrutura, a embalagem de tetra park e CD, tampas de garrafa e lacre de latinha em sua decoração, conferindo um objeto rico e detalhado e ao puxador de móvel, que é colocado para que Dom Quixote não perca sua proteção.
Os materiais utilizados são importantes, pois não são pesados e favorecem um bom desempenho do ator, durante sua movimentação. 
Construir esse figurino com reciclados pode parecer a princípio uma ideia um tanto maluca e sonhadora, mas que revela ao espectador que é possível transformar estes materiais e também a forma como eles são     vistos e descartados pela sociedade. 




ARLEQUIM

Além de narrador da história, é um personagem muito importante, pois representa a própria consciência de Dom Quixote. Assim, seu figurino traz referências do traje tradicional do bobo da corte, sendo colorido e extravagante, mas também influenciado pela figura do Curinga. Seu traje é dividido: um lado colorido, revelando a fantasia, o sonho. 





O outro preto e branco, representando a ironia do personagem e a própria realidade. Seu figurino traz estampas geométricas inspiradas nas obras de Romero Britto, (artista que mistura referência do universo lúdico, circense e infantil em suas obras).   Com o figurino caracterizado pela deformidade e exagero, sua roupa foi toda desenhada e pintada a mão, trazendo texturas com fitas trançadas, na frente de sua blusa, babados nas mangas e volumes e aplicações de fuxicos. 


Detalhes com pontas coloridas e exageradas estão presentes em seu chapéu, gola, cintura e no formato de seu sapato. Sua  maquiagem também ajuda a compor o personagem, sendo branca com detalhes coloridos. A construção deste figurino foi bastante complexa, um trabalho realizado em cerca de um mês.
Os resultados para o processo da pintura desta peça, não foram tão instantâneos como colorir um croqui usando lápis de cor ou o computador. Com inspiração de Romero Britto, as cores foram motivando o trabalho e as formas foram surgindo. Texturas e volumes foram saltando das peças, conforme eram criadas. Fuxicos foram colocados em detalhes da calça e das pontas dos volumes da gola, blusa, chapéu e do sapato.

 
Como uma capa que veste um corpo, assim foram construídos seus sapatos. Uma base aberta em feltro, que apresenta regulagem com velcro na parte de trás do calcanhar e elástico no solado vazado. O modelo foi desenvolvido para de certo modo “encapar” o sapato social que o ator usa durante a encenação. Este modelo também foi pensado desta forma, para facilitar a troca de figurino do Arlequim para o Cavaleiro da Lua Branca, que usa um sapato social comum. 






CAVALEIRO DA LUA BRANCA

Na peça este personagem é na verdade o próprio Arlequim, disfarçado de “Cavaleiro da Lua Branca”, que propõe a Dom Quixote um duelo, com o objetivo de, ao vencer o combate, fazer com que este volte à realidade. É como se fosse a batalha de Dom Quixote com sua própria consciência, já que o Arlequim representa a sua consciência. Desta forma, o Cavaleiro se apresenta mascarado. Vestido com uma capa negra, com gola branca. A cor preta, apesar de cair em contradição com o nome do personagem (Cavaleiro da Lua Branca) traz a identidade de vilão àquele que vence o herói da história: Dom Quixote. Ao mesmo tempo em que faz com que os detalhes em branco do figurino se destaquem, assim como a máscara, que traz um dado importante ilustrado: o seu próprio nome. 

Sua capa é feita com um plástico preto e com babados nas laterais em plástico e renda franzidos juntos, criando uma nova textura de sobreposições e efeitos, de ampla dimensão, para esconder o figurino de Arlequim. Na capa há também um cinto de tecido que passa apenas sobre sua frente, não marcando a cintura nas costas e com uma bainha embutida para segurar a espada. O cavaleiro usa uma espada construída a partir de reciclados como: cabo de vassoura, tecido, PET, bico de confeite e fita isolante, que se transformam e ganham forma assim como o próprio personagem.

Sua máscara é trabalhada em cima de uma base convencional de plástico, que é um material artificial, que ajuda a revelar a personalidade deste personagem que é falso, pois tentará enganar Dom Quixote, sendo na verdade o Arlequim.

Trabalhar com o plástico, tentando transformar este material em uma peça com movimento e que ao mesmo tempo não tenha aspecto de “saco de lixo”, foi mais um desafio deste projeto. Para isto, foi preciso cerca de 8 metros de plástico, compreendendo sua base e aplicação de detalhes. O material exige um pouco de delicadeza ao ser costurado, mas apresenta uma resistência adequada para a encenação do personagem. 


SANCHO PANÇA

Sancho é um personagem pobre e franzino, que usa de sua infinita astúcia para garantir a sobrevivência. Apresenta-se na história como um retirante que viaja com a sua família, de origem nordestina atrás de melhores oportunidades. Apesar de esperto, é um personagem um tanto ingênuo e simplório.  Ele vai viver grandes aventuras com Dom Quixote, por isso tem nesta peça três figurinos diferentes, de acordo com o momento que vive. 




Seu primeiro figurino, que irá predominar na maior parte do tempo, mostra Sancho com um chapéu de palha, vestindo uma camisa bege com listras, uma calça feita com retalhos e uma botina. Ele utiliza também uma barriga falsa. Pois não podemos esquecer desta característica física já anunciada no nome deste personagem. Sancho Pança.
O figurino aparentemente simples, destaca a figura do próprio Sancho, que é um personagem importante para o desenrolar da história. Por isso sua camisa não é uma simples camisa. Sua estampa é construída, criando uma nova textura ao modelo, assim como o personagem que vai ganhando uma nova bagagem a cada aventura que passa com Dom Quixote.
O seu segundo figurino, de quando ele é nomeado governador da ilha é composto por um manto vermelho, com detalhes dourados e uma coroa, conferindo volume e certa altivez. O que vai fazer com que acredite realmente que é um governador.
O seu terceiro figurino é uma armadura, que lhe é colocada em um determinado momento da história, quando Sancho, ainda enquanto governador vai “sofrer” um ataque inimigo a sua “ilha”. Neste caso, a armadura, vai se tornar para o personagem um fardo pesado, que limita seu movimento ao em vez de ajuda-lo. Para transmitir esta mensagem, esta armadura foi feita com embalagem de ovo, um material volumoso, que só parece ser pesado. Para conferir maior durabilidade e movimento ao figurino, a embalagem foi envolvida em um tecido prata, que ajudou a criar uma ilusão de metal.

Agora abordando um pouco o processo de confecção do figurino de Sancho, que durou um mês. As listras de sua camisa foram construídas uma a uma com fita de gorgorão, que com sua textura e brilho menos acentuado, reflete a dureza de sua vida. Sua calça foi construída com retalhos de jeans, trabalhando de maneira alternada o direito e avesso do tecido, o que causa uma impressão de uma roupa remendada e gasta pelo tempo. Sua barriga é feita com um tecido de forro de banco de carro e enchimento.O manto que Sancho usa ao ser nomeado governador é feito em tecido vermelho, trabalhado com aplicação de fuxicos feitos com tampas de garrafa PET em toda a sua volta. Para este trabalho foi necessário muita paciencia e cerca de 72 tampinhas. Sua coroa foi construída com a embalagem do bombom ferrero rocher e tecido camurça de forro.  Para construção de sua armadura foram necessárias cinco embalagens de ovo, tecido prata, malha preta e forro de acento de carro, costurados com fio de nylon para ter maior durabilidade.
Lembrando também que os materiais utilizados na construção das armaduras de Sancho Pança e de Dom Quixote são diferentes para ressaltar a importância do protagonista, pois seu figurino é único e exclusivo, não cabendo a nenhum outro personagem que se utilize do mesmo traje ou material utilizado em seu figurino.



CAMPONESA 1

A camponesa 1 é um personagem importante na história, por que é confundida por Dom Quixote com sua amada Dulcinéia.  Para revelar o campo, e trazer nesta personagem um aspecto natural, e singelo, seu figurino é um vestido aparentemente simples, mas que traz o extremo do natural em sua composição, sendo feito com palhas de milho.


  Trabalhar com a palha foi um grande desafio, por ser um material orgânico, que quebra, entra facilmente em decomposição. Foi preciso recolher muita palha, fazer muitos testes, um processo de 3 meses, recolhendo, limpando , secando armazenando a palha. E o desafio maior que era fazer o vestido, e mantê-lo vivo até hoje. Após algumas pesquisas, encontrei um produto, a LACA, que foi aplicado em toda palha, e ajudou na sua conservação. Assim foi possível, juntar a palha em pequenos feixes que foram costurados, e depois aplicados sobre o vestido base que foi costurado em algodão crú. 

CAMPONESA 2

A Camponesa 2, diferente da anterior, não é confundida com Dulcinéia.
Para revelar o seu aspecto de camponesa e ser mostrada de uma maneira diferente, optei por confeccionar o seu vestido, utilizando o filtro de café reciclado. Trabalhando este material com pregas e renda, sobre o tecido base do vestido, o figurino, ganhou uma nova textura, coloração, volume, que remetem ao rústico e natural do campo. 
Para desenvolver este vestido, foram utilizados cerca de 100 unidades de filtros de café já usados, que passaram por um processo de lavagem, secagem e também impermeabilização  com  aplicação de camadas de cola no filtro.



 DUQUESA

A Duquesa se destaca por ser uma vilã na história, que engana tanto a Dom Quixote como a Sancho Pança. Seu figurino é inspirado no século XVIII, com um vestido longo e volumoso e detalhes em vermelho e preto, luvas de renda, e um penteado elevado que esbanja o poder. Seu vestido foi feito em tom creme, que a princípio lhe apresenta como um caráter bom. Mas os detalhes na cor preta, e construídos com o plástico vão revelar a falsidade da personagem ao longo da história.


 Os materiais utilizados para confecção de seu vestido incluem além do plástico, o voal de cortina na saia e corpete, retalho de camurça vermelha e tafetá dourado. Para ter a estrutura com ampla dimensão, o vestido acompanha uma armação, feita com saiote de algodão cru e camadas de tule. Realçando a nobreza desta personagem, ela também esta com luvas de renda longa e um leque.




Os detalhes feitos com plástico preto franzido, formando babados, criam uma nova textura, junto com a renda preta, que é decorada com gliter prata e aplicação de miçangas, assim o material ganha uma nova extensão, dando graça e requinte ao vestido. A composição deste figurino demandou cerca de um mês  para sua confecção. Misturando a intensidade e romantismo do século XVIII com o desafio da reciclagem e do pós-moderno em um modelo tradicional, um material aparentemente descartável, vem para valorizar, compor e somar à peça. 


CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento deste projeto foi como uma gestação, que nasceu com a paixão pelo teatro, literatura e criação e foi ganhando vida e forma, ao longo de praticamente nove meses de preparação. 
           
Viajar nos sonhos destes personagens foi uma aventura um tanto inspiradora, apesar da sensação de mergulhar em um universo desconhecido, lidando com materiais alternativos e reciclados, é interessante que este processo foi amadurecendo de forma, que ao fim, as dificuldades foram diminuindo e o tempo se tornou mais produtivo.

Sem uma fórmula ideal, foi necessário produzir uma receita própria, buscando um equilíbrio entre os materiais; a dose certa de cores, texturas e brilhos, para que o encontro dos personagens com o público pudesse revelar o espírito sonhador de Dom Quixote. A cada ensaio e prova dos figurinos com o elenco, as ideias foram se renovando e transformando desafios em realidade.
                       
Difícil, porém prazeroso, foi ver o traço de cada croqui ganhando vida e se construindo pouco a pouco. O orgulho, a satisfação e a alegria de ver o público encantado com os personagens, os atores felizes com as roupas, o projeto concluído, enfim: a peça em cartaz; traz um sentimento de superação e a certeza de que quando um sonho é perseguido, e se acredita nele com coragem, fé e determinação, ele pode sair do papel e da imaginação, se tornando real.

Para conclusão desta receita, não pode faltar também ingredientes especiais como a dedicação total: bordando, tecendo, criando; uma grande dose de paciência e persistência para não desistir em meio às dores causadas pelo trabalho feito a mão e o pouco tempo, muita determinação para alcançar as metas e o apoio, compreensão e ajuda da família, amigos e elenco, sem dúvida.
           
No fundo, cada um tem um pouco de Dom Quixote, um Sonhador Arretado dentro de si. Só falta acreditar e fazer como que os sonhos voem, as palavras ecoem e a vida se transforme.



E por fim, deixo a vocês leitores queridos um pequeno aperitivo desta temporada quixotesca de minha vida...



 O ESPETÁCULO: DOM QUIXOTE, UM SONHADOR ARRETADO!






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FIGURINO DE MUITO BARULHO POR NADA



Desenvolvimento do figurino da Peça: MUITO BARULHO POR NADA , para projeto na 
Pós Graduação de Cenografia e Figurino para o Prof° Fausto Viana. 


  
  


Realização:

Carla Aguiar

Lana Mayra Santos
Maria Carolina Braga
Maria Cecília Amaral 
Tuannie Pauletti Cotrim Silva
  
São Paulo, 2011



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CENOGRAFIA OU INSTALAÇÃO??

Hoje cada vez mais nos deparamos com produções artísticas, que nos fazem questionar, se se trata de uma cenografia ou uma  instalação.

Cenografia é a uma arte, técnica e ciência de projetar e executar a instalação de cenários para espetáculos. A cenografia é parte importante do espetáculo, pois conta a época em que se passa a história, e conta o local em que se passa a história, pelo cenário podemos identificar a personalidade dos personagens.


"A Cenografia era, para os gregos, a arte de adornar o teatro e a decoração de pintura que resulta desta técnica. No Renascimento, a cenografia era a técnica que consiste em desenhar e pintar uma tela de fundo em perspectiva. No sentido moderno, é a ciência e a arte da organização do palco e do espaço teatral.  Hoje, a palavra impõe-se cada vez mais em lugar de decoração, para ultrapassar a noção de ornamentação e de embalagem que ainda se prende, muitas vezes, à concepção obsoleta do teatro como decoração. A cenografia marca bem seu desejo de ser uma escritura no espaço tridimensional (ao qual seria mesmo preciso acrescentar a dimensão temporal), e não mais uma arte pictórica da tela pintada, como o teatro se contentou em ser até o naturalismo. A cena teatral não poderia ser considerada como a materialização de problemáticas indicações cênicas: ela se recusa a desempenhar o papel de “simples figurante” com relação a um texto preexistente e determinante."


Arte de instalações é uma manifestação artística onde a obra é composta de elementos organizados em um ambiente fechado. A disposição de elementos no espaço tem a intenção de criar uma relação com o espectador.

Uma das possibilidades da instalação é provocar sensações: frio, calor, odores, som ou coisas que simplesmente chamem a atenção do público ao redor.


A cenografia, compõe o campo das artes cênicas, enquanto a instalação o campo das artes visuais. Mas atualmente, muitas barreiras tem sido quebradas, e essas duas áreas, que antes andavam mais distintas, hoje em dia estão cada vez mais interligadas.

As apresentações teatrais não se prendem mais a um espaço físico, estão nas ruas, em museus, hospitais, eventos e diversos outros ambientes fora do teatro. Enquanto que as instalações  também, cada vez mais envolvem o espectador, possibilitando em tridimensionalidades, como as obras de Hélio Oiticica, cada vez mais, a interação, interferência do espectador com a obra, tornando-se parte dela.

obra de Hélio Oiticica

obra de Hélio Oiticica

Quer saber mais sobre Cenografia e figurino?

Então fique por dentro, estarei postando aqui novidades a cada semana. Abaixo estão alguns links de pesquisa sobre o assunto:


"O QUE É CENOGRAFIA?" OU "O Que Há Em Um Nome."
Anotações de Pamela Howard
para uma conferência no USITT,em 21 de março de 2001, em Long
Beach, Califórnia. (tradução: Fausto Viana)

http://mostraescolasoistat.files.wordpress.com/2010/06/pamela




A Linguagem cenográfica por Nelson José Orssi
http://www.iar.unicamp.br/lab/luz/ld/C%EAnica/Pesquisa/a_linguagem_cenografica.pdf



Cenografia virtual: conceitos e viabilidades por Natali Rangel em: 

http://www.webartigos.com/articles/32508/1/Cenografia-virtual-conceitos-e-viabilidades/pagina1.html#ixzz1FTFpvKbj


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FIGURINO DE LUCÍOLA

SINÓPSE DA OBRA LUCÍOLA DE JOSÉ DE ALENCAR



Obra narrada em primeira pessoa, narrada por Paulo, personagem principal, assim a narrativa tem um caráter autobiográfico.
Trata-se da paixão vivida por Lúcia e Paulo. Lúcia não é linear, porque seu perfil se altera durante a obra. Os personagens de “Lucíola” são, em boa parte do tempo, falsos.
O livro é publicado em 1862. O relacionamento de Paulo e Lúcia aconteceu quando ele chegou ao Rio de Janeiro, em 1855. O autor retrata a sociedade de sua época, quando o Rio de Janeiro era a capital do império.
Paulo era um rapaz do interior, que foi para o Rio de Janeiro conhecer a corte. Poucos dias depois de sua chegada, um amigo de infância chamado Sr. Sá o leva à festa de Glória. No meio da festa, porém, uma bela mulher chamou sua atenção, sendo que o que mais lhe impressionou foi o seu jeito de “ingênua castidade”.
Sr. Sá, entretanto, ao perceber o engano do amigo, explicou para ele que aquela mulher era uma prostituta de alto luxo. Mesmo sabendo disso, ela não saiu de sua memória.
Eles acabaram se envolvendo, e ele percebe que Lúcia sofre, mas as informações que lhe chegam a seu respeito são as piores. Por aqueles dias, numa ceia na casa de Sá, Lúcia desfila toda nua, imitando as poses dos quadros. Sá pretendia mostrar a seu amigo Paulo , quem era Lúcia.
Decorrido alguns dias, Paulo de certo modo passa a morar com Lúcia, e apesar das prevenções e restrições, mais e mais se liga a ela. Lúcia, por sua vez, já ama Paulo.
As más línguas já comentam que Paulo, além de viver às custas de Lúcia, ainda a proíbe de freqüentar a sociedade. Lúcia, lhe propõe, voltar a vida mundana, apenas para salvar sua reputação, mas Paulo não entende, e Lúcia sofre, e a doença já se faz sentir.
O grande sentimento que os unia, dá lugar a uma amizade simplesmente. O comportamento de Lúcia é mais sublime e heróico, e Paulo, por fim, entende essa nobreza de caráter e compreende o porque de suas recusas. Ela lhe recusava o corpo, porque lhe amava em espírito, e também porque já estava doente.
Lúcia, um dia lhe revela seu passado. Chamava-se Maria da Glória, era uma menina feliz de 14 anos e morava com os pais, quando em 1850, veio a terrível febre amarela. Seus pais e os três irmãos adoeceram. Ela ficou só, e resolveu pedir ajuda a um vizinho rico, o Sr. Couto, que em troca de algumas moedas lhe tirou a inocência. O dinheiro salvou seu pai, mas este sabendo a origem do mesmo, a expulsou de casa.
Sozinha, sem ter para onde ir, foi acolhida por uma mulher, Jesuína, que a conduziu à prostituição. E assim, ala comprou com sua desgraça, a vida de seus pais e sua irmã.
Uma colega, chamada Lúcia, foi morar com ela, mas morreu, pouco tempo depois. No atestado de óbito, a heroína fez constar que falecida se chamava Maria da Glória, adotando para si, o nome da amiga morta. E todo dinheiro que ganhava, destinava-se à preparação de um dote, para sua irmã, Ana, a qual passou a manter num colégio interno após a morte de seus pais.
Conhecendo seu passado heróico, ele passa a sentir por Lúcia uma grande ternura e um amor sincero.
Lúcia muda-se para uma casinha e na mora com ela, mas ela pressente que vai morrer. Lúcia tenta convencer Paulo a se casar com Ana, que já o ama também. Ela aborta o filho que esperava de Paulo, e já no leito de morte, recebe o juramento de Paulo, prometendo-lhe cuidar de Ana como sua filha.



FIGURINO DESENVOLVIDO:























CONFIRA AQUI TAMBÉM:




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FIGURINO DE FRANCISCO DE ASSIS


Desenvolvimento do Figurino para Peça Teatral Francisco de Assis, apresentado no Teatro Ruth Escobar, entre  24/ 08 à 14/10 de 2007.